Ex-Benfica e Cruzeiro abre o jogo sobre Jorge Jesus na Seleção Brasileira: “Transforma jogador mediano em bom” Luisão elogia Jorge Jesus e critica ego do brasileiro: “Falta humildade”

Antes de tudo, o debate sobre a possível contratação de Jorge Jesus para comandar a Seleção Brasileira segue a despertar reações. Desta vez, quem entrou em campo com opinião firme foi Luisão, ex-zagueiro do Benfica e do Cruzeiro, que defendeu a trajetória do técnico e fez duras críticas à postura dos brasileiros diante do sucesso alheio.
Com uma carreira recheada de títulos — incluindo a Copa das Confederações (2005 e 2009), a Copa América (2004) e 26 troféus conquistados por clubes —, além de 47 partidas e três gols com a camisa do Brasil, Luisão conhece bem o imediatismo do futebol brasileiro.
“O Brasil não está preparado nem para o sucesso do Jorge Jesus e nem para o sucesso de ninguém, seja de dentro ou de fora. Nós, brasileiros, procuramos sempre encontrar os defeitos dos nossos próprios ídolos, queremos sempre jogar eles para baixo”, disparou o ex-zagueiro.
Nesse sentido, de acordo com o “Girafa”, apelido pelo qual ficou conhecido no Benfica onde se tornou lenda do clube, o principal obstáculo para a aceitação de nomes como Jorge Jesus no comando da Seleção Brasileira não está em questões táticas, mas sim no comportamento e no orgulho nacional
“O brasileiro tem dificuldade de aceitar o sucesso das pessoas, ainda mais se o sucesso é de quem vem de fora. O ego do brasileiro é muito grande, falta humildade para tirar proveito daquilo que vem de fora”, disse o ex-jogador antes de prosseguir:
“É um treinador extremamente rigoroso e defende a todo custo a própria opinião, e isso faz com que os seus jogadores cresçam. Transforma jogador mediano em bom. É, para mim, o melhor treinador, sem sombra de dúvidas. Ele treina o detalhe. Treina o detalhe até a exaustão.”
Relação pessoal com Jorge Jesus marcou a carreira
Por fim, o antigo zagueiro revelou ainda bastidores da chegada de Jorge Jesus ao Benfica e como foi convidado a integrar a comissão técnica do português: “Quando ele chegou, queria um homem de confiança, e aí o clube me ligou. Ele foi até a minha casa, me explicou tudo e tal, e aí eu peguei e assumi essa missão. Foi maravilhoso trabalhar com ele fora das quatro linhas. Não é fácil (domar o Jorge Jesus).”
*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal