Os bastidores da demissão de Felipe Albuquerque no Paysandu

Antes de mais nada, o Paysandu demitiu o diretor executivo Felipe Albuquerque, nesta segunda-feira (5), após oito meses desde que retornou a Belém. O dirigente foi comunicado pelo presidente Roger Aguilera e não trabalha mais no Papão.
A Agência RTI Esporte apurou que a ideia vinha sendo amadurecida nas últimas semanas. Desde que retornou a Curuzu, em setembro de 2024, o dirigente teve diversos atritos com o alto comando bicolor.
A lentidão na contratação de reforços foi o primeiro problema na relação. Conhecido por ter bons contatos no mercado da bola, Felipe Albuquerque se deparou com à falta de recursos para reforçar o elenco bicolor.
Logo no início, Felipe Albuquerque apresentou vários nomes à diretoria, mas poucos tiveram “de acordo” do alto comando bicolor. O executivo, muitas vezes, se viu refém da burocracia e falta de autonomia para trabalhar.
No começo da temporada, com a dificuldade para trazer nomes ‘graúdos’ pretendidos e a pressão da torcida por reforços, começaram a minar o trabalho de Felipe Albuquerque. Isso incomodou o diretor que voltou a pedir ‘liberdade’ para contratar.
Ainda segundo apurou a reportagem, a diretoria entende que a verba disponibilizada para contratações poderia ter sido melhor utilizada. O clube avalia que não faltou autonomia. Isso porque há um entendimento de que ‘faltou criatividade’ a Felipe Albuquerque.
Felipe Albuquerque, com aval da diretoria, contratou Joaquín Novillo, André Lima, Dudu Vieira, Joseph Espinoza, Ramon Martinez; Pedro Delvalle, Giovanni, Matheus Vargas, Jorge Benítez, Matías Cavalleri, Eliel, Marcelinho e Rossi.
Incompatibilidade de pensamento
Felipe Albuquerque mostrou, algumas vezes, insatisfação com o pensamento da diretoria para contratações. O dirigente, aliás, era defensor da formação de um elenco mais ‘cancheiro’, ou seja, mais experiente, como se diz na gíria do futebol para a temporada de 2025.
A diretoria, por outro lado, exigia a contratação de jogadores dentro da realidade financeira do clube. Diante disso, o ex-chefe do futebol bicolor se sentiu esvaziado e sem espaço para colocar em prática seu planejamento para este ano.
O processo de esvaziamento, aliás, começou na escolha de Luizinho Vieira para substituir Márcio Fernandes no Paysandu. O dirigente, na época, defendia a contratação de Enderson Moreira que estava livre no mercado da bola.
Durante o processo de escolha do novo treinador, não houve um consenso sobre o perfil do profissional. O isolamento nos bastidores e o desempenho ruim na Série B do Campeonato Brasileiro foram fundamentais para a demissão.