Primeiramente, transformar uma expressão cultural em um produto competitivo e atrativo para investidores é tarefa que exige mais do que paixão. Exige método, visão e persistência. Foi com esses pilares que o empresário Saverio Scarpati conduziu, nos últimos três anos, a consolidação do Volta ao Mundo Bambas (VMB), um projeto que saiu do zero e se tornou referência mundial na capoeira.
À frente da iniciativa, Saverio articulou mais de R$ 13 milhões em investimentos, combinando recursos da iniciativa privada e de órgãos públicos. Dessa forma, o resultado foi o reposicionamento da capoeira, que deixou de ser vista apenas como símbolo cultural e passou a ocupar espaço de destaque como evento esportivo profissional, com estrutura e retorno econômico comprovados.
Ademais, a capoeira, embora reconhecida como patrimônio cultural brasileiro, nunca teve grande apelo comercial. No entanto, Saverio enxergou nessa lacuna uma oportunidade. “A capoeira desperta simpatia em todo o mundo. É inclusiva, envolve famílias e transmite valores. Esse foi o ponto-chave para mostrar aos investidores que valia a pena apostar”, afirma.
Consequentemente, com esse discurso, o VMB ganhou força e credibilidade. O evento já distribuiu mais de meio milhão de reais em prêmios, ocupou palcos como o Morro da Urca, o Parque Olímpico e a Arena Hall, em Brasília, e chegou ao exterior — com edições nos Estados Unidos e Suécia. Além disso, o formato se expandiu, incluindo o VMB Científico, que estuda o desempenho dos atletas, e a seletiva musical “The Voice da Capoeira”, voltada para os artistas do ritmo.
Além disso, o projeto também conquistou espaço na televisão. As transmissões pela Com Brasil TV e pelo Canal Combate, do Grupo Globo, ampliaram a visibilidade e, consequentemente, atraíram novos patrocinadores. Dessa forma, Saverio criou um ciclo sustentável: cada edição bem-sucedida reforça a confiança de investidores e aumenta o retorno de mídia.
VMB se destaca na geração de empregos?
Os resultados econômicos acompanham o sucesso cultural. Em três anos, o VMB gerou mais de 3 mil empregos temporários, movimentando setores como segurança, montagem, comunicação, turismo e logística. Cada edição aquece economias locais e prova que o evento vai além do espetáculo — é também um vetor de desenvolvimento.
Saverio destaca que o reconhecimento não veio da noite para o dia. “Foi preciso muito trabalho para mostrar que a capoeira também pode ser negócio. Hoje temos provas concretas de que ela atrai o olhar do poder público e da iniciativa privada. O desafio agora é consolidar essa credibilidade e abrir ainda mais portas”, afirma.
Por fim, a décima edição do VMB, realizada em setembro, em Maricá (RJ), confirmou a força do projeto. Reuniu atletas de seletivas nacionais e internacionais e apresentou a estrutura mais robusta da história do evento. Saverio Scarpati mostrou que tradição e gestão profissional podem caminhar juntas — e que a capoeira, mais do que uma herança cultural, é um ativo econômico de valor global.




