Botafogo: Entenda como a crise financeira do Lyon pode afetar o Glorioso John Textor tem menos de um mês para apresentar garantias aos órgãos reguladores
Administrado pela Eagle Football, empresa gerida por John Textor, o Lyon vem vivendo uma grave crise financeira que pode ter reflexos no Botafogo. Os dois clubes pertencem ao mesmo grupo e, diante das dificuldades apresentadas recentemente, o impacto negativo pode chegar ao Brasil. Desse modo, alternativas já estão sendo traçadas para tentar evitar um verdadeiro colapso financeiro em todo o grupo.
Antes de mais nada é importante lembrar que o Lyon vem atravessando uma crise que já gerou ações da Fifa e do DNCG (órgão francês que regula as finanças dos clubes país). A entidade que regulamenta o futebol mundial incluiu o Lyon na lista de Transfer Ban. Assim, o Lyon está impedido de inscrever novos jogadores. Já a punição do DNCG pode significar um rebaixamento do clube para Ligue 2 (segunda divisão francesa).
Para evitar a queda, o Lyon precisa apresentar garantias financeiras de pelo menos 100 milhões de euros (algo em torno dos R$ 647 milhões). O prazo para que essas comprovações sejam expostas é o final da temporada europeia, prevista para o dia 31 de maio.
Sempre que é questionado sobre o assunto, John Textor deixa claro que não terá problemas em apresentar as garantias e encara o caso como uma perseguição política. No entanto, até este momento, o Lyon está sob grande risco de sofrer as sações e acabar rebaixado para a Ligue 2.
Alternativas da Eagle Football para gerar receita
A questão é que a Eagle Football precisa buscar recursos e as movimentações estão sendo feitas pelo menos desde o final do ano passado. Aliás, nesse momento o Botafogo já entrou na discussão e correu o risco de perder nomes importantes do elenco campeão da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Luiz Henrique e Thiago Almada foram negociados. Aliás, o argentino acertou justamente com o Lyon.
Uma outra alternativa encontrada pela Eagle foi a entrada na bolsa de valores de Nova York. Inicialmente a ideia era captar pelo menos 500 milhões de dólares via IPO (oferta pública inicial). Para isso, William Burns, diretor-gerente especializado em fusões e aquisições no setor de mídia, foi o escolhido para liderar a transação.
No entanto, como o Lyon está em dificuldades financeiras e a venda do Crystal Palace está demorando a acontecer, as ações da Eagle não aparecem tão atrativas dentro do mercado. Até o momento, os investimentos não atingiram o patamar que se esperava inicialmente. Do mesmo modo, investidores desconfiam da confiabilidade do projeto.
Antes do IPO, uma das maneiras utilizadas pela Eagle para se financiar foi por meio de empréstimos. Neste sentido, aliás, a ARES, empresa do mercado financeiro, é uma acionária da Eagle. Um dos caminhos apontados para resolver a questão seria a ARES se tornar a acionista majoritária do grupo de John Textor e passando, desse modo, a ser a controladora do Botafogo.
Venda do Crystal Palace não está definida
Uma outra forma de Textor conseguir apresentar as garantias aos órgãos financeiras é com a venda de suas ações no Crystal Palace, da Inglaterra. O empresário é dono de 45% do clube e já manifestou o interesse de se afastar do projeto. Além disso, Textor está incomodado por não possuir direito na palavra final dentro do Crystal Palace.
No final do ano passado, uma empresa inglesa chegou a ser apontada como interessada na fatia de Textor no clube. Apesar disso, as negociações não avançaram de maneira satisfatória. Um grupo da Arábia Saudita também vem sendo constantemente apontado pela imprensa inglesa como interessado.
Lyon também busca caminhos para gerar receita
Naturalmente, o Lyon tem os seus caminhos para levantar o dinheiro. Neste sentido não está descartada a possibilidade de saída de alguns jogadores importantes do elenco. Neste contexto, os jovens Rayan Cherki e Malick Fofana são sempre apontados como possibilidades. Até mesmo Thiago Almada, valorizado pelas convocações à seleção da Argentina, pode entrar na lista.
Do mesmo modo, o Lyon pode gerar renda com premiações esportivas. Isso inclui uma classificação para a próxima edição da Liga dos Campeões. Apesar disso, o time tem três pontos a menos do que o último clube na zona de classificação e faltam duas rodadas para o término da Ligue 1.
Uma terceira possibilidade, apontada como improvável, envolve o Groupama Stadium. O Lyon é um dos poucos clubes da França que possui total controle de seu estádio e a venda do local seria uma forma de conseguir as garantias financeiras.
Eagle divulgou prejuízo em sua última prestação de contas
No primeiro semestre da temporada 2024/25, a eagle apresentou um balanço financeiro que apontava um prejuízo no valor de R$723 milhões. Assim, estima-se que as ações da empresa estejam perdendo valor de maneira rápida. John Textor não chegou a falar abertamente sobre o caso.
Até este momento, o balanço financeiro do Botafogo ainda teve sua publicação divulgada. Assim, também são levantadas dúvidas a respeito da saúde financeira do clube sob a administração da Eagle Football.
Botafogo pode enviar recursos ao Lyon
A princípio o Botafogo ainda não está completamente inserido nos problemas financeiros do Lyon, mas existe a possibilidade de que algumas manobras financeiras sejam feitas com recursos vindos do Brasil. A premiação de conquistas e a negociação de jogadores do Botafogo podem entrar na conta.
Enquanto isso, a diretoria do clube aguarda os próximos passos de John Textor para saber como as dificuldades financeiras do Lyon podem afetar o Botafogo. Já é de conhecimento geral que um problema para o clube francês certamente terá consequências no Brasil, principalmente se o Lyon acabar punido com o rebaixamento.
Por fim, John Textor ainda tenta salvar o Lyon e apresentar as garantias financeiras. Se não bastasse os problemas financeiros a serem resolvidos na França, Textor foi alvo de protestos de torcedores do Botafogo diante dos resultados irregulares da equipe até aqui na temporada brasileira.
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