CBF: Quem é Rodolfo Landim cotado para ser candidato a presidência?
Luiz Rodolfo Landim Machado é um dos principais dirigentes do futebol brasileiro na atualidade. Na presidência do Flamengo desde 2019, ele está na lista dos cinco melhores presidentes da história do clube. Nascido do Rio de Janeiro, ele tem 66 anos e foi criado praticamente na Gávea. Sócio desde 1967, é neto de José Ferreira Landim, Grande Benemérito, figura influente na política rubro-negra.
Graduado em engenharia de petróleo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduado em Administração pela Universidade de Havard, prestou concurso para a Petrobrás em 1980. Foi funcionário do alto escalão da estatal por 26 anos.
Trabalhou na empresa de 2003 a 2006. Nesse ínterim, Rodolfo Landim presidiu a Petrobrás Distribuidora e foi diretor da Gás Natural da Petrobrás. Posteriormente, foi convidado por Eike Batista para ser o presidente executivo da MMX, OGX, OSX e da Ouro Preto Óleo e Gás.
Em 2012, foi vice-presidente de Planejamento do Flamengo do primeiro mandato de Eduardo Bandeira de Mello. No entanto, entrou em rota de colisão com alguns nomes importantes da diretoria e acabou deixando a gestão no fim de 2017.
Em 2018, Rodolfo Landim foi eleito presidente do Flamengo derrotando Ricardo Lomba, candidato de Eduardo Bandeira de Mello, nas urnas. Desde então, o clube carioca venceu praticamente todas as competições que disputou.
Ao longo do trabalho, o Flamengo venceu a Recopa Sul-Americana (2020), a Copa Libertadores da América (2019 e 2022), a Supercopa do Brasil (2020 e 2021), o Campeonato Brasileiro (2019 e 2020), a Copa do Brasil (2022) e o Campeonato Carioca (2019, 2020 e 2021).
Sob seu comando, o Flamengo fez grande investimentos no futebol. Em sua gestão, nomes como Bruno Henrique, David Luiz, Gabriel Barbosa, Filipe Luís, Gerson, Léo Ortiz, Matías Viña, Nicolás De La Cruz, Pedro,e Rafinha foram contratados.
Bolsonaro, TV Globo, CBF e Libra
Apesar da gestão vitoriosa, Rodolfo Landim é acusado por opositores de aproximar o Flamengo do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para defender suas ideias. Afinal, o dirigente rubro-negro foi o grande articulador da chamada “Lei do Mandante”.
A proposta foi aprovada pelas duas casas legislativas e pelo Senado Federal. Com isso, os clubes ganharam autonomia para negociarem os direitos de transmissão de suas partidas diretamente com as emissoras de televisão.
A “MP do Flamengo”, forma pejorativa como passou a ser chamada por torcedores rivais, foi mais uma queda de braço de Rodolfo Landim contra a TV Globo, detentora exclusiva das competições organizadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), há décadas.
Além disso, o Flamengo foi o clube brasileiro que mais defendeu a abertura dos estádios aos torcedores durante a pandemia de coronavírus (Covid-19) em 2020. Na época, o Ministério da Saúde registrava quase 600 mil mortes pelo vírus em todo o país.
Rodolfo Landim é também o “mentor intelectual” da criação da Liga do Futebol Brasileiro (Libra). O dirigente é o elo de ligação com o Grupo Mubadala, que se colocou à disposição para fazer um aporte financeiro de R$ 4,75 bilhões para ficar com 20% do capital da futura liga.
Fazem parte da LIBRA os seguintes clubes: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
Polêmica fora do esporte
A trajetória de Rodolfo Landim também é marcada por eventos controversos. Em 2021, ele foi alvo de denúncia por parte do Ministério Público Federal, que o acusou de envolvimento em uma gestão fraudulenta nos anos de 2011 e 2016 em um fundo de Private Equity.
Paralelamente, surgiram suspeitas de irregularidades relacionadas a uma conta de Rodolfo Landim no Credit Suisse. Esses indícios foram destacados pelas autoridades suíças, em virtude de algumas transações financeiras realizadas nessa conta bancária.