O rebaixamento do Fortaleza à Série B do Campeonato Brasileiro acelerou uma revisão de custos e prioridades. No centro desse processo está Juan Martín Lucero. Ele possui um dos salários mais elevados do elenco. Assim, o contrato passou a destoar da nova realidade financeira do clube.
A Agência RTI Esporte apurou que a diretoria decidiu abrir conversas no mercado para viabilizar sua saída, não por rendimento técnico, mas por enquadramento orçamentário. Hoje, o argentino R$ 280 mil mensais, valor considerado incompatível com o planejamento para 2026.
Juan Lucero, por sua vez, já sinalizou o desejo de seguir. A permanência, contudo, foi condicionada a uma readequação salarial, proposta que não agradou ao centroavante. A divergência abriu espaço para sondagens e, rapidamente, três clubes se posicionaram.
O Coritiba apresentou um desenho conservador: empréstimo gratuito por uma temporada, até dezembro de 2026, com opção de compra de 80% dos direitos econômicos por US$ 1 milhão (R$ 5,4 milhões, na cotação atual).
Já o Minnesota United, dos Estados Unidos, entrou com um modelo mais equilibrado do ponto de vista financeiro. O clube da MLS aceita pagar uma taxa de empréstimo de US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) e manter uma opção de compra também fixada em US$ 500 mil.
Ainda segundo apurou a reportagem, a Universidad de Chile opera em outra chave nesse momento. O clube chileno deseja a contratação sem custos e já encaminhou oferta diretamente ao jogador, apostando em uma rescisão amigável com o Fortaleza.
Não há, porém, previsão de compra agora ou no futuro. O entrave é evidente: Juan Lucero não tem interesse em rescindir, pois teria de abrir mão de valores relevantes do contrato vigente. O vínculo do argentino com o Leão termina em dezembro de 2027.
Ajuste de contas define ritmo da negociação
A única hipótese de avanço com os chilenos passa pela assunção, pela Universidad de Chile, do montante que Juan Lucero deixaria de receber no Fortaleza — cenário considerado improvável. Diante disso, as chances dessa via diminuíram sensivelmente.
O desfecho dependerá menos da preferência do atleta e mais de quem conseguir acomodar, com menor fricção, a equação entre custo, prazo e previsibilidade em um mercado que, após o rebaixamento, passou a ditar condições mais duras ao clube cearense.




