Nos últimos anos, a Fórmula 1 passou por uma revitalização no imaginário dos brasileiros. A chegada da série Drive to Survive, produzida pela Netflix, foi decisiva para aproximar o público jovem, oferecendo bastidores, rivalidades e dramas que antes ficavam restritos aos boxes e paddocks.
O sucesso do streaming ajudou a resgatar a paixão pelo automobilismo e atrair uma audiência que cresceu junto com as redes sociais. Mas o destaque da categoria chegou também a outro público que cresce no país: o da aposta esportiva.
A Fórmula 1 lidera o ranking de valor médio por aposta entre as modalidades no Brasil, segundo informações divulgadas por uma casa de aposta esportiva. O ticket médio no mês de julho de 2025 chegou a R$ 113,23, superando esportes populares como futebol, vôlei, tênis e basquete.
O dado mais curioso, no entanto, está no valor mais frequente das apostas: apenas R$ 5,00. Ou seja, enquanto alguns torcedores investem alto, a grande maioria ainda prefere testar a sorte com apostas modestas, revelando uma dualidade no comportamento do apostador brasileiro.
Esse contraste reflete não apenas o fascínio crescente pela categoria, mas também a democratização da aposta esportiva no país. Apostadores casuais se juntam a fãs mais engajados, criando uma base diversificada que acompanha o campeonato mundial de perto.
Nova onda da F1 além da aposta esportiva
O impacto da popularidade não se restringe às transmissões ou apostas esportivas. O mercado de brinquedos, por exemplo, vive um boom impulsionado pela Fórmula 1. Dados da Circana revelam que as vendas de produtos licenciados cresceram 920% em 2024, com destaque para kits LEGO inspirados em Ayrton Senna e McLaren.
Esse movimento mostra como o automobilismo de elite se transformou em ativo comercial poderoso, atingindo diferentes gerações e resgatando a memória afetiva dos torcedores.
Plataformas como o TikTok se tornaram protagonistas nesse processo. Entre dezembro de 2024 e maio de 2025, o número de publicações relacionadas à Fórmula 1 no Brasil cresceu 57%, alcançando 4 bilhões de visualizações.
Equipes como Ferrari e Mercedes utilizam a rede para humanizar sua imagem, enquanto pilotos mostram treinos, rotinas e interações diretas com fãs. Esse engajamento digital consolidou a Fórmula 1 como um fenômeno cultural que vai além das pistas.
Esse fenômeno reforça que a Fórmula 1 não é apenas esporte: é entretenimento, negócio e um elo emocional entre passado, presente e futuro. No Brasil, isso se traduz em estádios lotados nos GPs, crescimento do turismo ligado ao automobilismo e maior circulação de conteúdo em redes sociais.
Gabriel Bortoleto e a pressão de um país apaixonado
O próximo capítulo dessa história é protagonizado por Gabriel Bortoleto, piloto da Sauber, que se tornou o primeiro brasileiro em sete anos a disputar a categoria. Carregando um legado de nomes como Senna, Piquet e Massa, o jovem encara tanto o entusiasmo quanto a pressão da torcida brasileira.
Ele mesmo reconhece que o apoio é enorme, mas que críticas também surgem em dias ruins, algo que considera parte da carreira. A expectativa sobre Bortoleto não é apenas esportiva, mas simbólica. Para milhões de brasileiros, ele representa a chance de reviver os dias de glória do automobilismo nacional.
Com a ascensão da Fórmula 1 nas apostas esportivas, nas redes sociais e no consumo cultural, o piloto carrega nos ombros não só o peso de um cockpit, mas o sonho de um país inteiro.



