João Pedro Sousa Silva. Antes de tudo, se alguém dissesse, no início de 2025, que este seria um nome marcado para sempre na história do Remo, poucos acreditariam. No entanto, o futebol tem dessas surpresas. O luso-guineense, nascido em Ponta Delgada, nos Açores, acabou mesmo por se tornar inesquecível para a torcida do Leão Azul.
O atacante escreveu o seu nome na história recente do clube ao marcar dois gols na vitória decisiva por 3 a 1 sobre o Goiás, resultado que devolveu o Remo à elite do futebol brasileiro: a Série A. Com a camisa azul, João Pedro marcou três gols nas duas últimas rodadas da Série B. No total da temporada, somou quatro gols e uma assistência em 13 jogos (812 minutos). O desempenho incluiu, ainda, o segundo “bis” dele no ano.
Assim, a temporada de 2025 foi especial também pelo que fez antes de chegar a Belém. Com a camisa do Hà Nội, do Vietnã, anotou nove gols e duas assistências em 23 partidas. Além disso, ao somar todas as competições do ano, João Pedro alcançou números inéditos na carreira: 13 gols e três assistências em 36 jogos.
No entanto, o caminho até este momento de destaque foi longo. E teve de tudo: mudanças, recomeços e até a experiência de vestir a camisa de Portugal Sub-20 antes de optar pela Guiné-Bissau, país pelo qual se tornou internacional.
O que João Pedro fez antes de chegar ao Brasil?
A história começou no modesto U. Micaelense, próximo de onde cresceu. Foi ali que deu os primeiros passos. O talento evidente chamou a atenção do Santa Clara, da Primeira Liga. Estreou como profissional em 2013, quando a equipe ainda disputava a Segunda Liga portuguesa.
Depois do Santa Clara, passou pelo Gil Vicente, também na Segunda Liga. E foi no Trofense, então no quarto escalão, que apareceu com mais força: 16 gols em duas temporadas. O rendimento abriu portas para o Vitória de Guimarães, onde brilhou no time B com 11 gols em 14 partidas. Isso lhe garantiu a estreia na equipe principal, onde somou três gols em 13 jogos.
Posteriormente, ele jogou pelo Paços de Ferreira, pelo Bursaspor, na Turquia, e pelo Panetolikos, da Grécia. Desde 2021/2022, não voltava a atuar em Portugal. A ida ao Vietnã foi o último passo antes de chegar ao Brasil.
Por fim, o resto já faz parte da história azulina. João Pedro pode até não seguir no Remo, mas o seu nome já está gravado na memória da torcida e da Série B de 2025.
*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal
