John Textor: entenda trama jurídica que envolve dono da SAF do Botafogo, clubes, CBF e STJD

Antes de mais nada, John Textor tem monopolizado o noticiário do futebol brasileiro nos últimos meses. De acordo com dono da SAF do Botafogo, o clube perdeu o título de 2023 em função de um grande esquema que tomou conta do nosso futebol.

Contudo, o norte-americano informou que em trinta dias apresentaria provas concretas com 100% de certeza das manipulações de resultado. Segundo ele, o esquema envolve jogadores e árbitros do Brasil. Nesse meio tempo, o empresário não respeitou o pedido do STJD para apresentar as provas.

Assim, Textor prometeu seguir diretamente para a justiça comum. Ainda, segundo o dono da SAF do Botafogo, o Palmeiras foi o principal beneficiado pelo esquema criminoso, mesmo não fazendo parte. Nos últimos dias, o dono do Botafogo voltou a comentar o suposto esquema de manipulação de resultado.

Inteligência artificial

O americano garante que segundo o seu relatório preparado com auxilio de inteligência artificial, Jogadores do São Paulo e Fortaleza também estão sob suspeita. O relatório aponta ações que, na visão de John Textor são provas concretas de corrupção.

Contudo, as declarações do dirigente alvinegro não caíram bem e John Textor deve gastar boa parte do seu tempo nos tribunais. É bom lembrar que, nesse meio tempo, o americano está sendo processado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues e pela própria entidade.

Na última quarta-feira(03), John Textor desembarcou no Rio de Janeiro e seguiu diretamente para a Cidade da Policia, onde prestou depoimento na Delegacia do Consumidor, que instaurou inquérito após uma manifestação do Ministério Público do Rio de Janeiro. O inquérito tramita em segredo de justiça.

Ministério Público

A princípio, essa ação foi iniciada após o Ministério Público ser provocado pelo Juiz Marcello Rubioli da 1ª Vara Criminal Especializada em Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Rio de Janeiro, a se manifestar. A decisão do magistrado ocorreu após John Textor garantir que tem árbitros gravados reclamando de não terem recebido propinas combinadas.

Como resultado, nos próximos dias, John Textor será notificado pela CPI das Manipulações de Resultados. O senador Jorge Kajuru defendeu inclusive que o americano deve ser preso caso não prove as suas falas.

Além disso Palmeiras, São Paulo, Federação Paulista de Futebol, Fortaleza e o próprio STJD preparam ações que podem gerar multa, afastamento, banimento do esporte e até mesmo pena em regime fechado.

Textor foi novamente convocado pelo Superior Tribuna de Justiça Desportiva (STJD), para apresentar as provas que diz ter contra Palmeiras, São Paulo e Fortaleza. Caso não apresente as provas ele pode ser punido por no mínimo 120 dias.

Antes de mais nada, o dono de 90% das ações da SAF do Botafogo, John Textor terá que encontrar outra advogada. Luciana Lopes que defendia os interesses do americano, renunciou à defesa para evitar conflito de interesses. Ela também é advogada do São Paulo no STJD.

Inimigos íntimos

Palmeiras:

Em síntese, tudo começou quando John Textor afirmou na reta final do Campeonato Brasileiro de 2023 que o Palmeiras vinha sendo beneficiado por erros de arbitragem. Depois disso, o dono da SAF do Botafogo afirmou ter provas de que o clube, mesmo não fazendo parte do esquema, foi favorecido em 2022 e 2023 na conquista do título nacional.

Recentemente o Palmeiras se manifestou atrás de nota oficial onde tratou o norte-americano como “cartola caricato”. O Alviverde acionou o STJD para que Textor seja punido financeiramente e também suspenso por cada declaração em que envolva o Palmeiras em manipulação. Além disso, o clube prepara duas ações contra John Textor, uma na vara cível e outra na criminal.

São Paulo:

Na última semana, John Textor fez mais um inimigo no futebol brasileiro. Isso porque, em seu site oficial, Textor publicou um texto no qual afirma que cinco jogadores do São Paulo manipularam o jogo contra o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de 2023. Na ocasião, em duelo válido pela 29ª rodada da competição, o São Paulo sofreu uma goleada de 5 a 0, no Allianz Parque.

Nesse sentido, a Federação Paulista de Futebol se posicionou oficialmente colocando o departamento jurídico a disposição para colaborar com as duas equipes. Imediatamente, o São Paulo emitiu nota oficial repudiando o dirigente. Veja a nota:

O São Paulo Futebol Clube tomou conhecimento e repudia veementemente as graves e infundadas acusações de participação de atletas do elenco tricolor em manipulação de resultado feitas pelo dono da SAF Botafogo. Tal afirmação sem nenhum vestígio de prova ataca a idoneidade de jogadores do elenco profissional masculino e a lisura da instituição São Paulo FC em seus 94 anos de história.

Fortaleza:

A metralhadora giratória de John Textor não ficou apenas no futebol de São Paulo. O dono do Botafogo afirmou ter provas de manipulação de resultado no confronto entre Palmeiras e Fortaleza.

O jogo em ocasião aconteceu no Allianz Parque, na reta final do Campeonato Brasileiro de 2022. Na ocasião, o Palmeiras venceu por 4 a 0. Textor afirmou, através do seu site oficial, que jogadores do Fortaleza manipularam o resultado da partida. O time do nordeste repudiou as falas e garantiu que tomará as medidas cabíveis.

CPI

Por fim, o Senado avançou pela criação da CPI para investigar manipulação de resultados no futebol brasileiro. Ao todo, 109 partidas disputadas em 2023 estão sob suspeita. John Textor comemorou o inicio das investigações. Ele deve ser o primeiro a prestar depoimento na comissão.

Presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru (PSD-GO) comandará a investigação e terá o senador Romário (PL-RJ), como relator. A CPI será composta por 11 senadores titulares e 7 suplentes, com 180 dias de duração. Jorge Kajuru afirmou que John Textor precisar ser investigado pela Policia Federal e disse que o dono do Botafogo deveria ser preso caso não comprove as suas acusações.

“Se (as denúncias) forem verdadeiras, ele tem que ser aplaudido, respeitado e ter uma estátua. Mas se forem mentirosas, ele tem que ser banido do Brasil, preso e nunca mais entrar no País”, disse o senador Jorge Kajuru.