Desde sua implementação no futebol brasileiro, o árbitro assistente de vídeo, conhecido como VAR, tem sido constantemente alvo de debates entre torcedores, dirigentes, imprensa e, é claro, jogadores. No caso do São Paulo Futebol Clube, popular clube no contexto nacional, essa discussão parece ainda mais acalorada em alguns momentos.
Em diversas partidas, os torcedores do time alegam que decisões polêmicas acabam interferindo diretamente nos resultados, principalmente em jogos clássicos ou decisivos.
No entanto, ao analisarmos com calma as imagens, protocolos e áudios fornecidos pelo VAR, o que podemos concluir? São apontamentos justos? Este sistema é passível de falhas? Ou como as imagens precisam e devem ser interpretadas? Saiba mais sobre isso a seguir.
A grande promessa do VAR para o futebol
O lançamento do VAR foi feito com uma premissa bastante clara: o uso da tecnologia para corrigir injustiças e evitar erros. Impedimentos milimétricos, pênaltis não marcados, agressões fora das jogadas e gols irregulares seriam, em tese, os principais alvos desta potente ferramenta. Porém, na prática, o que se vê é uma constante tensão entre a promessa de precisão e a realidade de cada interpretação.
Por ainda envolver a interpretação humana, a ferramenta não conseguiu cumprir na integralidade o seu propósito de passar a sensação de segurança e imparcialidade que as torcidas esperavam.
No caso do São Paulo, por exemplo, resultados do VAR já foram questionados e essa tensão acaba ficando mais evidente em alguns jogos, principalmente naqueles clássicos ou que fazem parte de campeonatos importantes.
Isso acontece principalmente pelo fato de que as imagens nem sempre trazem clareza suficiente para o torcedor comum que, por desconhecer alguns aspectos, acaba relativizando – ou até mesmo contrapondo – a opinião dos profissionais da área.
Assim, um dos principais pontos de insatisfação dos torcedores acaba sendo uma aparente falta de transparência. Em alguns jogos, as câmeras acabam não mostrando ângulos suficientes para confirmar as marcações feitas e as decisões tomadas.
No entanto, a arbitragem se apoia em imagens e registros que nem sempre são exibidas ao público em tempo real. O torcedor não quer saber apenas se foi falta ou não, se estava impedido ou não.
Ele quer, na verdade, entender cada passo dessa decisão para a partir disso emitir sua opinião. E, quando justamente esse critério não é bem explicado, qualquer decisão contrária ao desejo pessoal tende a parecer tendenciosa – e é aí que os conflitos e discordâncias começam.
O dilema das decisões
O grande desafio do VAR, especialmente no contexto brasileiro, é a uniformidade dos critérios e das decisões. E, por isso, o São Paulo constantemente tem se sentido um dos clubes que mais acaba sofrendo com a falta de padrão nas decisões.
Isso é extremamente relevante para as torcidas, afinal, o resultado das partidas interfere diretamente no desempenho do clube nas competições. Para além disso, os resultados também impactam na autoestima dos torcedores, nas suas apostas em sites bet e, também, no seu envolvimento com o time.
Para se ter ideia da dimensão e dos impactos desta tecnologia, em jogos do Brasileirão, Copa do Brasil e até mesmo do campeonato Paulista, o VAR já decidiu sobre jogadas polêmicas que mudaram inclusive o resultado das competições.
Assim, é natural que os olhares da torcida estejam voltados para esta ferramenta, de modo a garantir que ela seja o mais fiel, justa e coerente possível. Neste caso, a tecnologia precisa trabalhar a favor da transparência.
Conclusão: transparência como palavra de ordem
Existem alguns caminhos para tornar a relação da torcida Paulista mais amistosa perante o VAR. Entre eles, está a possibilidade de se avaliar a divulgação imediata e completa das revisões, além, é claro, da padronização dos critérios e da inclusão de cada vez mais câmeras e ferramentas que garantam registros de qualidade.
Ao analisar o contexto das competições e o envolvimento das torcidas, fica muito claro que o problema não é o VAR em si, mas sim, as interpretações e a forma como algumas decisões são aplicadas e comunicadas.
Para os torcedores, por vezes é difícil aceitar sucessivas decisões controversas que nem sempre contam com explicações claras e consistentes. Isso acaba alimentando sentimentos negativos, que não combinam com o intuito inicial do VAR. A CBF, os árbitros e as entidades responsáveis ainda precisam evoluir neste sentido – e demonstram que estão cientes disso.



