Opinião: Ausência do futebol masculino deixou de ser vergonha em Paris-2024
O futebol brasileiro vive seu pior momento técnico, político e institucional. A Confederação Brasileira de Futebol decidiu apostar suas fichas na equipe feminina nos Jogos Olímpicos Paris-2024. O presidente Edinaldo Rodrigues entende que Marta pode ser a cara do Brasil que “deu certo” durante sua conturbada gestão.
Porém, a Rainha já não é mais a mesma de antes. Aos 38 anos, ela deixou de ser titular absoluta do time comandado pelo técnico Arthur Elias. Ela prova, principalmente para alguns jogadores da equipe masculina, que os craques também podem ficar no banco de reservas. Marta ainda é uma referência técnica e muito importante nos bastidores.
Ficar de fora dos Jogos Olímpicos é o retrato da falta de comando dentro da CBF. A verdade é que a entidade não preparou para buscar a terceira medalha de ouro. Ednaldo Rodrigues, aliás, parece não se incomodar com o fraco trabalho feito na base brasileira nos últimos quatro anos.
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O problema, aliás, é bem mais profundo. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, o Brasil é o sexto colocado. Na Copa América, teve dificuldades nos jogos contra equipes tecnicamente mais fracas. E a eliminação para o Uruguai parece que não doeu nos jogadores.
Esse é o retrato de como o futebol masculino foi mal tratado nos últimos anos. Ramón Menezes e Fernando Diniz pouco acrescentaram quando passaram por lá. Dorival Júnior, que está há menos de um ano no comando da seleção, já tem seu trabalho questionado.
O chefão do futebol verde e amarelo não tem um plano de contingência para recuperar o futebol da seleção brasileira. Dorival Júnior ainda está iniciando seu trabalho, criando protocolos e cumprindo processos para os jogadores. Mas tudo isso não será suficiente para recuperar nosso futebol.
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Vamos combinar? Hoje, a seleção brasileira é uma excelente vitrine para exportar jogadores. Os clubes brasileiros nunca venderam tanto como nos últimos anos. Porém, a qualidade técnica da seleção não para de cair. A CBF conseguiu realmente fazer a seleção brasileira cair no ranking da FIFA.
Além disso, perdeu terreno para a Argentina que venceu três títulos seguidos. Atualmente, nossos vizinhos são os mais temidos no cenário mundial. Há anos jogamos na soberba de ser penta. Mas é isso, vamos torcer pelas meninas! Elas ainda têm muito para nos ensinar dentro e fora de campo. Afinal, a humildade é a base de tudo.
(*) Marco Marcondes é jornalista, radialista, ator, diretor de cinema, teatro e televisão, promotor de eventos e CEO da Agência RTI Esporte