Saiba o que pensam os ex-técnicos da Seleção sobre Jorge Jesus Felipão, Lazaroni, Luxemburgo, Mano Menezes e Emerson Leão falaram com a Agência RTI Esporte

Antes de tudo, a possibilidade de Jorge Jesus assumir a Seleção Brasileira levanta debates acalorados sobre a presença de treinadores estrangeiros no futebol nacional. A Agência RTI Esporte ouviu ex-treinadores da equipe canarinha, que compartilham opiniões distintas sobre o tema, ressaltando tanto os benefícios do intercâmbio quanto a necessidade de valorização dos profissionais brasileiros.
Primeiramente, Vanderlei Luxemburgo destaca a qualidade do treinador português e reforça que a abertura de mercado é um movimento natural no futebol mundial. “Jorge Jesus é um profissional de qualidade. Então, é diferente você ter um profissional de qualidade trabalhando no teu país”, comentou.
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Luxemburgo ressalta que somente técnicos gabaritados deveriam ocupar cargo de treinador no futebol brasileiro: “Agora, é muito ruim você ver profissionais sem qualidade ocupando espaço de algum brasileiro que poderia estar se formando. Não tem o porquê ser contra, eu acho que é normal, abertura de mercado é mundial, você vai para onde você tiver condições de poder ir”, destacou.
Pentacampeão do mundo, Luiz Felipe Scolari segue na mesma linha e afirma que a qualidade do profissional deve ser o fator determinante para sua contratação, independentemente da nacionalidade. “Se tivermos estrangeiro com qualidade, é qualquer área. Sendo qualificado, todo mundo é bem-vindo em qualquer lugar no mundo. Não vamos ficar com frescura de ter treinador (estrangeiro). Se tem qualidade, ótimo. Fazendo o trabalho normal, acabou o assunto. Se você vai fazer o trabalho bem feito ou máximo que conseguir, não conseguindo é outra coisa, mas dar o seu melhor e acaba”, completou.
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Por sua vez, Carlos Alberto Parreira, campeão mundial em 1994, também não vê problemas na presença de treinadores estrangeiros, mas reforça que o Brasil tem histórico de sucesso com seus próprios técnicos. “Os estrangeiros são bem-vindos. Ninguém está contra. Tenho conversado com vários técnicos. Ninguém trata com inveja, não vejo ressentimento. O intercâmbio é salutar”, destacou.
Parreira citou ainda nomes de outros colegas de profissão que são muito pressionados nos clubes: “O Felipão, Mano, Cuca são grandes técnicos. Mas a cobrança é grande, ninguém tem paciência, exige-se resultados imediatos. Não precisa de técnico estrangeiro para ser campeão do mundo. Fomos cinco vezes campeão do mundo com técnico brasileiro”, concluiu.
Por outro lado, Sebastião Lazaroni, que comandou a Seleção na Copa do Mundo de 1990, defende a tradição dos treinadores brasileiros e sua importância na história do futebol nacional. “Acho importante respeitar as conquistas, respeitar a cultura e características do futebol brasileiro. Temos que dar valor a essa escola de treinadores brasileiros”, acentuou.
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Para Lazaroni, é preciso valorizar a contribuição que técnicos brasileiros dão ao futebol mundial. “Sou partidário de que a experiência, a bagagem e o conhecimento são fatores importantes para a possibilidade de dar a continuidade dessa história vitoriosa do futebol brasileiro. Sempre o Brasil se caracterizou e foi notório nas conquistas em cima de treinadores brasileiros, comissão técnica brasileira. Acho que o Brasil é referência para todo o mundo”, ponderou.
Emerson Leão, por outro lado, é mais crítico à presença de um estrangeiro no comando da Seleção e aponta isso como um sinal de desprestígio aos treinadores brasileiros. “Seria uma calamidade se isso acontecesse para o futebol brasileiro, o desprestígio para toda a classe, então eu acho que deveria tomar partido. A Seleção Brasileira está desfeita.
O treinador defende que a função é de confiança da entidade que rege o futebol nacional: “O presidente da CBF tem de ter pessoas capacitadas ao lado dele para não fazer coisa errada ou mais coisa errada do que já fizeram. Acho que a Seleção Brasileira não deve ter treinador estrangeiro. Não precisamos de treinador estrangeiro porque o que nós ganhamos até agora só foi com treinador brasileiro. Já treinei em outros lugares, outros países, eu não estou contra o treinador estrangeiro, estou defendendo o treinador brasileiro.”
Por fim, Mano Menezes avalia que a contratação de estrangeiros segue um ciclo de modismos e que treinadores brasileiros precisam estar preparados para essas mudanças. “O Brasil é um país da moda. A moda agora é treinador estrangeiro, e temos de aceitar como as coisas são. Elevar o nível, como fez o Jorge Jesus, causa desconforto e incomodação, e aqueles técnicos que escolherem o caminho correto, da busca por uma melhor preparação, para formar uma metodologia e filosofia nova, vão passar por isso como deve ser, trazendo coisas boas para o futebol brasileiro. O mundo está muito imediatista, e a moda vai passar e outra moda virá”, lamentou.