Santa Clara aposta no talento brasileiro e antigo alvo do Botafogo para fazer história em Portugal

Foto: Divulgação/ X @CD_SantaClara

Antes de tudo, com um projeto gerido por brasileiros, o Santa Clara viveu uma temporada memorável no Campeonato Português. A formação dos Açores terminou a competição na quinta colocação e garantiu, assim, a inédita qualificação para a Conference League.

Ao longo da temporada, a influência brasileira acabou sendo decisiva dentro e fora de campo. Atualmente, 18 jogadores do elenco têm nacionalidade brasileira, numa das maiores concentrações de atletas do país no futebol europeu.

Além disso, a estrutura diretiva do Santa Clara está também nas mãos de investidores e dirigentes oriundos do Brasil, o que reforça a identidade e o rumo traçado pelo projeto açoriano. Nos últimos cinco jogos do campeonato, os Bravos Açorianos mostraram consistência e ambição.

Com três vitórias e dois empates, o Santa Clara somou 11 pontos em 15 possíveis e garantiu o lugar na competição europeia com autoridade. Durante esse período, os golos brasileiros tiveram um papel central: Wendel Lima marcou dois, Gabriel Silva fez um e Sidney Lima também deixou a sua marca.

No total, os brasileiros assinaram metade dos oito golos apontados pela equipa nesta reta final. Ainda mais, o atacante Vinícius Lopes, formado no Goiás, foi, mesmo, o melhor marcador do time com 8 gols e ainda fez 1 assistência em 37 jogos.

Técnico Vasco Matos esteve perto do Botafogo

Além dos jogadores, o sucesso passa também pelo comando técnico. Vasco Matos, treinador da equipa, conduziu com mestria um grupo multicultural e talentoso. Curiosamente, o técnico esteve muito próximo de trocar os Açores pelo Brasil no início de 2025 tendo sido apontado como forte candidato ao comando do Botafogo.

No entanto, o negócio acabou por não se concretizar e Vasco Matos permaneceu no clube — decisão que se revelou certeira para ambas as partes. Com a vaga garantida nas competições europeias, o Santa Clara prepara agora um novo capítulo na sua história.

A presença na Conference League trará visibilidade internacional e novos desafios desportivos e logísticos. Ainda assim, com uma base sólida, um núcleo técnico competente e a força criativa brasileira, os açorianos têm motivos para sonhar mais alto.

*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal