“Se não vencesse a Champions, sairia”: advogado de Jorge Jesus revela acordo com o Al-Hilal

Foto: Alexandre Vidal/ Flamengo

Antes de mais anda, a saída de Jorge Jesus do Al-Hilal, da Arábia Saudita, confirmada na última sexta-feira, começou a ser desenhada antes mesmo da eliminação do clube na Liga dos Campeões Asiática diante do Al-Ahli Jeddah.

Quem revelou os bastidores da decisão foi Luís Miguel Henrique, advogado do treinador português, em entrevista à CMTV, de Portugal. De acordo com ele, a separação já vinha sendo discutida, independentemente do resultado final da temporada.

“Tenho algumas reservas devido a questões profissionais, mas há algo que posso partilhar. O CEO do clube tinha dado a entender, no final do jogo das meias da Liga dos Campeões Asiática com o Al-Ahli Jeddah, que a ligação teria, ali, chegado ao fim”, revelou.

Segundo o advogado, a própria continuidade da atual estrutura diretiva era incerta, o que também deixava Jorge Jesus reticente quanto à permanência. O treinador, que vem tendo seu nome ligado a seleção brasileira, tinha contrato com a equipe árabe até julho de 2025.

“Não sabíamos se o CEO se mantinha ou não, e o Jorge Jesus já tinha deixado claro que não haveria muitas condições. Ele acha que, para que o Al-Hilal possa fazer algo realmente importante, do ponto de vista estratégico, no Mundial de Clubes, o novo ciclo deveria começar antes e não após o torneio”, disse antes de prosseguir:

“Havia quase um pacto entre o CEO e Jorge Jesus de que, se não se conseguisse vencer a Champions, o clube teria logo de iniciar um novo ciclo. No treino a seguir à derrota já não seria Jorge Jesus e sua comissão técnica a estar presente. Claro que o Jorge, se tivesse de dar o treino, estaria disponível para tal”, explicou.

Quantos títulos Jorge Jesus conquistou no Al-Hilal?

A eliminação na semifinal da Champions Asiática foi determinante, mas não foi a única razão para a saída. Para o Luís Miguel Henrique, o trabalho de Jorge Jesus, ex-treinador de Flamengo, Benfica e Fenerbahçe, foi mais marcante na temporada anterior.

“A Champions era um grande objetivo que não foi alcançado. Fica um trabalho que vale mais pela época anterior do que pela presente, em que a meta era mesmo conquistar a Champions. E aconteceram um conjunto de condições que não o permitiram”, finalizou.

Por fim, livre no mercado, Jorge Jesus é um dos nomes mais cotados para assumir a seleção brasileira. O Mister, que se notabilizou no Brasil pelo trabalho no Flamengo, foi campeão cinco vezes na Arábia Saudita: uma Liga, três Supercopas e uma Copa do Rei

*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal