Será que não haverá nenhum técnico brasileiro comandando uma seleção na Copa do Mundo de 2026? Ainda existe essa possibilidade. E o nome que mantém vivo esse cenário é Sylvinho. Aos 51 anos, o treinador da Albânia confirmou matematicamente a vaga na Repescagem Europeia e garantiu a segunda colocação no Grupo K das Eliminatórias da UEFA.
Nesse sentido, a campanha albanesa chamou atenção desde o início. A equipe somou 14 pontos em oito jogos. Foram quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, tendo apresentado um equilíbrio raro entre solidez defensiva e eficiência ofensiva.
Além disso, os números ajudam a explicar essa evolução. A Albânia tem a segunda melhor defesa, ficando atrás apenas da Inglaterra, líder invicta, que venceu todas as partidas, marcou 22 gols e não sofreu nenhum.
Logo atrás aparece a Sérvia, já eliminada, que não conseguiu superar o time comandado pelo treinador brasileiro. Ao longo da campanha, a seleção destacou-se principalmente pela organização defensiva, o que se refletiu em três vitórias por 1 a 0.
O resultado, em outras palavras, mais amplo veio diante de Andorra, num consistente 3 a 0. Além disso, o desempenho estatística reforça a consistência apresentada pela Albânia. A equipe segue na fase de grupos com 56,3% de posse de bola média e criou nove grandes chances, das quais quatro foram convertidas.
Defensivamente, o time precisou permitir, em média, 18,3 finalizações para sofrer um gol, enquanto ofensivamente necessitou de apenas 10,1 finalizações para marcar, um indicador que reforça a competitividade do modelo de jogo.
Em relação ao elenco, os destaques são o goleiro Thomas Strakosha, o zagueiro e capitão Berat Djimsiti, o meio-campista Kristjan Asllani e o atacante Rey Manaj, artilheiro da seleção com três gols nesta fase.
Qual foi a trajetória de Sylvinho como técnico e jogador?
Sylvinho assumiu a Albânia em 2023 e, logo de início, conduziu o país à Euro 2024. Entre 2023 e 2025, o treinador somou 15 vitórias em 31 jogos no comando da seleção. Antes disso, o brasileiro dirigiu o Corinthians em 2020 e 2021, após uma breve e pouco bem-sucedida passagem pelo Olympique Lyon.
Ainda mais, Sylvinho também integrou a comissão técnica da Seleção Brasileira entre 2016 e 2019, atuando como auxiliar. Nesse período, repetiu o papel que já havia desempenhado em clubes como Cruzeiro, Sport, Náutico, Internacional e Corinthians.
Como jogador, Sylvinho foi formado no Timão e construiu uma carreira internacional marcante, com passagens por Arsenal, Celta de Vigo, Barcelona e Manchester City. Ao todo, conquistou 15 títulos, entre eles duas Champions League, uma La Liga, a Série A do Brasileirão e uma Supercopa da Inglaterra.
Hoje, no comando da Albânia, o ex-lateral tenta levar a seleção a um feito raro na história do país. Por fim, o caminho ainda envolve a sempre imprevisível repescagem, mas o desempenho recente indica solidez, consistência e um plano claro para sonhar com o palco máximo do futebol mundial.
*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal




