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Técnico do Botafogo revela dificuldades que encontrou para trabalhar no futebol feminino português

O experiente técnico Jorge Barcellos, que atualmente está no comando da equipe feminina do Botafogo, encontrou algumas dificuldades quando aceitou o desafio de comandar o Famalicão, equipe do futebol feminino em Portugal. Um dos principais desafios do treinador foi a falta de reconhecimento de sua capacidade e seus cursos.

Em entrevista ao canal “RTI Esporte“, no Youtube, Jorge Barcellos lembrou do ano que passou em Portugal e reclamou que não podia exercer suas funções já que o curso que fez na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não era reconhecido para um trabalho na Europa.

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“Na verdade, quando cheguei em Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol pediu todos os documentos. Eu já tinha a licença A e estava fazendo a UEFA Pró. Tive que fazer a Pró já que aqui no Brasil só podemos disputar a Copa Libertadores da América se tivermos essa licença. Só que eles disseram que não poderia reconhecer junto à UEFA. Precisaria ter cinco anos trabalhando com este certificado para poder trabalhar. Ficou insustentável para mim e fiquei um ano trabalhando como diretor técnico enquanto um outro treinador assinava a súmula por mim. Não fiquei confortável com essa situação e preferi voltar para o Brasil”, afirmou Jorge Barcellos.

Técnico relembra críticas da imprensa portuguesa

Jorge Barcellos também destacou que enfrentou algumas dificuldades com relação à sua aceitação no futebol português. Dirigentes e até a mídia do país não entendiam a necessidade de contratar um treinador brasileiro já que haviam portugueses qualificados para a função.

“Eles sempre questionavam o motivo de levar um treinador brasileiro se tinham portugueses qualificados. Quando cheguei, a mídia acreditava que o clube não chegaria a lugar algum. No final da temporada, mesmo com as dificuldades, fomos vice-campeões da Taça de Portugal, saímos na semifinal da Taça da Liga e ficamos em quarto lugar no Campeonato Português Feminino. É necessário ter um olhar especial para todos os profissionais brasileiros, mas isso não acontece lá”, afirmou Jorge Barcellos, que reclamou da falta de reconhecimento até mesmo dentro do futebol brasileiro:

“A paciência que muitos tem aqui no Brasil com estrangeiros, não tem com os brasileiros. O Brasil é considerado e é o melhor futebol do mundo, mas criamos nossos próprios problemas. Eu sei que levei conhecimento para Portugal no período em que estive à frente do Famalicão. Tudo o que eu levei para lá foi através cursos que fiz dentro da CBF. Só que lá em Portugal eles nunca vão assumir isso. Existe reserva de mercado e, por isso, eles priorizam os técnicos locais. Em Portugal tem o sindicato dos atletas e o dos treinadores e são dois sindicados muito fortes”, finalizou Jorge Barcellos.

Considerado um dos principais técnicos da história do futebol feminino no Brasil, Jorge Barcellos foi vice-campeão olímpico em Pequim-2008, além de ter comandado a Seleção Brasileira Feminina na conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e foi vice-campeão na Copa do Mundo de 2008. O treinador também comandou o St. Louis Athletica, dos Estados Unidos e, no Brasil, comandou equipes como Vasco da Gama, Palmeiras, Avaí/Kindermann e Napoli-SC.

ASSISTA A ENTREVISTA DE JORGE BARCELLOS NO RTI ESPORTE!

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