A passagem de Kevin Serna por Portugal permanece como um capítulo pouco falado da carreira do ponta que hoje brilha no Fluminense. Em 2025, ele viveu a melhor temporada da carreira, somando 12 gols e nove assistências em 65 partidas, ultrapassando as 20 participações diretas para gol.
Além disso, fechou o ano em alta. Nos últimos cinco jogos, por exemplo, marcou dois gols, deu duas assistências e ajudou o Tricolor das Laranjeiras a completar uma sequência de quatro vitórias e um empate.
Muito antes desse salto, Kevin Serna teve uma curta e quase misteriosa aventura na Europa. Chegou muito jovem ao Perafita, clube da região do Porto, naquela que seria a sua primeira e única experiência no futebol europeu até agora.
Posteriormente, passou também pelo Serzedo, antes de seguir para o Paraguai e vestir a camisa do Sportivo Luqueño. Nesse sentido, Israel Mota, atual presidente do Perafita, recorda o início dessa história.
“Apareceu um grupo de empresários, um colombiano e um italiano. O Perafita estava aberto ao mundo. Mas, As coisas não foram geridas da melhor forma. Quando cheguei à direção, há cinco anos, tivemos de fazer uma reestruturação financeira”, revelou o dirigente antes de prosseguir:
“Ele já prometia. Era muito diferente dos outros. Era aberto, descontraído, brincalhão. Tinha outra visão de jogo, outra forma de interpretar as jogadas”, disse o mandatário do clube português em entrevista a Agência RTI Esporte.
“Ele adaptou-se sempre”, recorda dirgente sobre Kevin Serna
Nesse meio tempo, o Perafita já realizava treinos em dois períodos, o que aumentava a intensidade e exigia mais dos atletas. “A realidade aqui era outra. Ele adaptou-se sempre”, conta Israel Mota. Para ele, esse ambiente competitivo contribuiu no amadurecimento do jogador. “Com ele vieram outros com muita qualidade, principalmente brasileiros, mas a adaptação não foi igual.”
Porém, a saída acabou marcada por problemas administrativos. “Não recebemos nada pela transferência do Kevin Serna”, lamenta. Por fim, segundo Mota, a FIFA chegou a alertar o clube para não abdicar de possíveis direitos. “Acho que não correu bem. Ficamos quietos”, concluiu o atual líder da formação portuense.
*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal
