Antes de mais nada, o Portugal Football Summit reuniu quatro técnicos portugueses para debater liderança e adaptação no futebol moderno. Entre eles, Leonardo Jardim e Pedro Caixinha destacaram as experiências vividas no Brasil, país que desafia até os treinadores mais experientes.
Em videoconferência, Leonardo Jardim participou diretamente de Belo Horizonte, onde comanda o Cruzeiro, atual terceiro colocado do Campeonato Brasileiro. O técnico elogiou a intensidade do futebol brasileiro e reconheceu que o ambiente exige equilíbrio emocional.
“Passei do oito ao 80. No Brasil, quando ganhamos, somos os melhores do mundo. Depois da derrota, a crítica é avassaladora. É um nível de cobrança absurda. Nunca vivi isso ao longo da minha carreira”, afirmou.
Porém, o treinador sublinhou que o resultado pesa mais do que o processo e reforçou a necessidade de foco. Apesar disso, segundo ele, o grupo deve saber filtrar a pressão externa para manter o rendimento.
“O resultado é a coisa mais importante. Temos de procurar vitórias imediatas. Não é por acaso que 19 treinadores já foram demitidos no Campeonato Brasileiro este ano”, acrescentou o comandante da equipe mineira.
Enquanto isso, Pedro Caixinha, que iniciou o ano no Santos, mas deixou o clube durante o Brasileirão, falou sobre a construção da liderança. Para o treinador, na ótica do português, o sucesso depende de três pilares: visão e liderança, metodologia de treino e ideia coletiva.
“O Neymar é uma marca”, considera Pedro Caixinha, ex-técnico do Santos
Ainda mais, Pedro Caixinha também recordou a convivência com Neymar, jogador com quem trabalhou na Vila Belmiro: “O Neymar é uma marca. Além dos objetivos coletivos, criamos metas individuais. Ele mostrou abertura e uma empatia muito positiva”, contou o técnico português.
Assim, o debate mostrou como os treinadores portugueses se adaptam a diferentes contextos e estilos de jogo. Por fim, com resultados expressivos e ideias claras, nomes como Leonardo Jardim e Pedro Caixinha continuam a valorizar a escola lusa de treinadores no cenário internacional.
*André Freixo, enviado especial da Agência RTI Esporte, direto de Portugal
