Flamengo: Lideranças políticas do clube criticam apoio de BAP ao discurso de Alejandro Domínguez Eduardo Bandeira de Mello: “O Flamengo tem que se posicionar com firmeza”

Antes de mais nada, as declarações do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, após o sorteio da Copa Libertadores da América, seguem repercutindo no meio esportivo. No entanto, a fala do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, ao considerar o discurso do dirigente adequado e ponderado, irritou lideranças políticas do clube.
Isso porque a insatisfação ocorre porque muitos veem a postura do mandatário como incompatível com a tradição rubro-negra, que deveria responder de forma contundente. Nos bastidores, a voz corrente é que “o Flamengo é plural” e não poderia deixar de reagir a um discurso considerado desrespeitoso ao povo brasileiro. O desconforto foi maior entre figuras históricas da política do clube.
Diante da importância do caso, o ex-presidente do Flamengo e atual deputado federal Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) criticou a condução do caso. “Ele (BAP) não vai fazer nenhuma declaração em nome do Flamengo? Seria absolutamente necessário”, enfatizou. Para ele, o clube precisa assumir uma posição firme contra qualquer relativização do combate ao racismo.
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Além disso, Bandeira reprovou a justificativa de BAP sobre o Brasil criminalizar o racismo, ao contrário de outros países sul-americanos. “Se ficar só nisso, não gostei. O Flamengo tem que se posicionar com firmeza”, asseverou. O parlamentar tem sido um dos principais defensores do combate ao racismo no futebol e é autor do PL 1.069/25, que impede clubes da “lista suja” do racismo de firmarem contratos com o poder público.
Acima de tudo, o projeto, que ainda passará pelas comissões antes de ser submetido ao plenpário, visa impedir que clubes envolvidos em casos de racismo recebam patrocínios governamentais, subvenções ou benefícios fiscais. Bandeira destaca que a medida segue boas práticas internacionais e trará mais transparência às ações dos clubes.
Em seguida, a polêmica se intensificou após o Itamaraty cobrar, na quarta-feira (19), que a Conmebol e federações sul-americanas adotem medidas concretas contra o racismo. Alejandro Domínguez se retratou, mas suas declarações continuam reverberando.
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Na última quinta-feira (20), a Liga do Futebol Brasileiro (LIBRA) emitiu uma nota de repúdio às falas do dirigente paraguaio. O Flamengo foi o único entre os 17 clubes associados que não assinou o documento. A posição oficial do clube da Gávea veio apenas em nota à imprensa, reafirmando o combate ao racismo, mas delegando à CBF as relações institucionais com a Conmebol.
A justificativa é que entidade é que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos. Para amenizar, acrescentu que o Flamengo irá incluir uma cláusula antirracista no estatuto. Vale destacar que durante a gestão Rodolfo Landim, o Flamengo lançou campanhas de conscientização, como uma camisa especial com a inscrição “Consciência Negra”, usada por Gerson, e, em 2024, um modelo com listras horizontais formadas pela letra da música “Identidade”, de Jorge Aragão.
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Posteriormente, após a repercussão negativa por não assinar a nota da Libra, o Flamengo fez uma publicação sobre o ‘Dia Internacional Contra a Discriminação Racial’ (21 de março), reafirmando seu compromisso com a igualdade e o respeito. “Juntos, podemos construir um futuro onde a igualdade e o respeito prevaleçam.” Por fim, apesar da nota, a condução do caso segue sendo questionada internamente, aumentando a tensão entre a diretoria e parte da comunidade rubro-negra. O episódio ainda deve gerar debates nos próximos dias.