Bruno Pivetti destaca mercado para treinadores no Brasil: “Cultura do imediatismo”
Representante da nova geração de treinadores brasileiros, Bruno Pivetti já adquiriu experiência dentro do futebol e comandou clubes importantes como Guarani, Goiás, Vitória, Náutico e outros. Além disso, foi auxiliar técnico de Paulo Autuori no Athletico Paranaense e no Ludogorets, da Bulgária.
À princípio, o treinador vem buscando oportunidades em equipes de ponta do futebol nacional nesta temporada. Em entrevista ao canal “RTI Esporte”, no YouTube, falou sobre como funciona o mercado brasileiro para treinadores neste momento.
De acordo com Bruno Pivetti, hoje em dia a paciência dos dirigentes tem sido cada vez menor, o que não dá tempo de o profissional conseguir exercer o seu trabalho de maneira adequada. O treinador apontou que o respaldo tem sido garantido pelas multas rescisórias.
“A cultura do imediatismo está na nossa sociedade e o futebol é um reflexo disso. O futebol é um processo. Para você constituir uma equipe com alto rendimento é necessário tempo. Por isso, em minha opinião, é necessário ter certeza das ideias do treinador e como isso vai impactar nas características dos jogadores que estão no elenco. Assim se consegue o respaldo”, disse antes de prosseguir:
“Só que hoje, no Brasil, o que eu vejo de respaldo é em cima das multas milionárias. Quando o treinador tem essas altas multas, eles têm um pouco mais de tempo mesmo que os resultados não venham. Fica caro demitir o treinador e abdicar do trabalho e ter que pagar a multa. Isso não deveria ser precificado. O respaldo deveria ver pela análise feita em cima do trabalho do treinador”, afirmou Bruno Pivetti.
Técnico fala da invasão estrangeira no futebol brasileiro
Outro ponto abordado por Bruno Pivetti foi com relação aos estrangeiros, que cada vez mais ganham espaço no futebol brasileiro. Ele garantiu, antes de mais nada, não ser contra a chegada de profissionais de outros países, mas é necessário ter como base a maneira como o treinador trabalha.
“Não sou contra a vinda de estrangeiros ao futebol brasileiro. Acho que esse intercâmbio cultural pode ser muito importante. O que sou contra é com relação a rótulos. Contratar um treinador somente por ele ser estrangeiro. É daí que vem o erro. O clube não deve buscar o treinador pelo rótulo, mas sim pelos aspectos do treinador e como isso pode ser implementado dentro do clube”, finalizou Bruno Pivetti.
O trabalho mais recente do treinador foi no futebol de São Paulo, aonde ele comandou o Água Santa na elite do Campeonato Paulista. Anteriormente, comandou o Náutico, Guarani, Chapecoense, Tombense, Goiás, CSA, entre outros.